Os sabores de Aquitânia | ||||||||
Região que abriga Bordeaux, Biarritz, Saint-Emilion e Sarlat é uma das mais saborosas da França. Além das iguarias da gastronomia, ela produz os melhores vinhos do país | ||||||||
MERCADO | Alimentos e bebidas |
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Pergunte a qualquer pessoa quais são as primeiras palavras que vêm a mente quando se fala da França. O vinho e a culinária francesa certamente dominarão as respostas. Herança deixada pelos gauleses, ancestrais franceses, a valorização do convívio a mesa e o culto exagerado a boa refeição transformaram a França em uma referência ao longo do tempo na cozinha. É dessa tradição que vem a expressão “serviço à francesa” – em que todos os pratos são servidos ao mesmo tempo e a disposição dos convidados respeita um plano de mesa bem preciso. A junção da riqueza de ingredientes com a sabedoria em utilizá-los e o requinte nos mínimos detalhes fizeram do país a majestade da culinária no mundo. E o desenvolvimento da expertise em vinhos veio como conseqüência. Segundo o chef alsaciano Ernile Jung, "o vinho estimula o apetite e torna os pratos ainda mais atraentes". Influenciada principalmente pelos homens da igreja e das ordens monásticas, a França atingiu um dos primeiros lugares em qualidade dos vinhos, cujo desenvolvimento se deu com os constantes progressos técnicos desde o século XVII.
Basta estar na França para testemunhar a veracidade desse legado. Mas em algumas regiões, o savoir-faire da cozinha francesa se faz ainda mais presente. É o caso da Aquitânia. A região que abriga Bordeaux, Biarritz, Saint Emilion e Sarlat é uma das mais saborosas da França. Além de ícones da gastronomia francesa, ela produz os melhores vinhos do País. Banhada pelo oceano Atlântico, a região possui um clima favorável para o amadurecimento das uvas. Com 147 mil hectares de plantação, a Aquitânia possui o maior vinhedo de vinho fino do mundo. Desse total, 90% é certificado como Appellation d’Origine Contrôlée (AOC) - vinhos provenientes de uma determinada área a partir de certas castas e de acordo com normas de produção muito estritas, definidas por decreto. A viticultura representa 39% da produção agrícola da região e produz anualmente cerca de oito milhões de hectolitros de vinho vermelho, rosé e branco – o que representa num bilhão de garrafas por ano.
A capital de Aquitânia, Bordeaux, batiza o nome dos vinhos que figuram na lista dos mais prestigiados do mundo. A cidade é patrimônio da humanidade pela Unesco desde 2007 e foi construída a partir do comércio de vinho. Entre as mansões do século 18 que margeiam o famoso rio Garonne estão espalhados 120 mil hectares de plantação de uvas. Tal vinhedo produz a incrível marca de 57 AOC regionais, sub-regionais e locais. Uma dos mais respeitadas entre elas é a produção de Médoc, que abriga quatro dos cinco Premier Grand Cru de Bordeaux, categoria máxima de classificação dos vinhos da região.
Existem dezenas de rotas de vinhos em Aquitânia que podem ser percorridas por visitantes durante todo o ano. Para descobrir, basta acessar o site: www.tourisme-aquitaine.fr/ |
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Mercado de imóveis de alto luxo no Nordeste do Brasil vive o seu melhor momento | ||||||||
Imóveis avaliados em milhões de reais mostram um novo retrato da riqueza da região | ||||||||
Beleza natural, praias magníficas, sol e um clima propício a férias fazem da região Nordeste do Brasil, um dos ícones do turismo, atração para brasileiros e estrangeiros. Além do sucesso no turismo, a região vive um momento de comemoração em outro segmento: o de imóveis, que não se desaqueceu nem durante a crise. O mercado imobiliário de segunda residência de luxo – casas e apartamentos em resorts ou imóveis de veraneio – poderá viver um boom nas próximas décadas. De acordo com a ADIT Nordeste (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste), há uma previsão de que cerca de 7.200 novas unidades fiquem prontas até 2014. Segundo pesquisa da Itacaré Capital Partners – empresa gestora de fundos de private equity - estrangeiros, principalmente os europeus, representam boa parte desse público, já que adquirem residências no Nordeste não apenas para usufruírem como turistas, mas também como forma de investimento, com expectativa de valorização imobiliária. "O preço por metro quadrado no Brasil é um dos mais baratos e tem ainda uma grande capacidade de valorização", diz Pedro Miranda, sócio-diretor da Itacaré. Dentre diversos empreendimentos imobiliários da região, vale destacar o Reserva do Paiva, que fica no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, a apenas 14 quilômetros do Aeroporto Internacional de Recife, junto a uma área da Mata Atlântica e diante de aproximadamente nove quilômetros de praia. Ele representa um novo retrato da riqueza desse mercado, com imóveis avaliados em milhões de reais e que são alvo de desejo do consumidor de alto poder aquisitivo. Foram investidos cerca de R$ 120 milhões pelos sócios do empreendimento. Inicialmente, a primeira fase do Reserva do Paiva esperava atingir futuros compradores europeus em busca de segunda moradia em lugares paradisíacos da região e que já alimentavam o turismo local. Investidores da Itália, Portugal e Espanha eram os de maior relevância para a empresa. Porém, com a crise que abalou principalmente a Europa e os Estados Unidos, os endinheirados do primeiro mundo tornaram-se escassos por ali. Por outro lado, a economia brasileira reagiu rapidamente aos impactos da crise mundial. Os negócios no Nordeste, que já iam bem, ficaram melhores ainda e 80% dos proprietários são pernambucanos que adquiriram o imóvel como moradia principal.
A primeira etapa do projeto é o Condomínio Morada da Península, composto por 67 casas, sendo 36 delas a beira-mar e 31 com vista para o mar, projetadas por arquitetos renomados como Henri Fournier, Acácio Gil Borsoi, Luiz Américo Gaudenzi, entre outros. Além de serviços básicos, o luxuoso condomínio busca proporcionar a seus moradores o máximo conforto e bem-estar com requinte, oferecendo spa, aulas de ioga, personal training, concierge, campo de golf, serviço de bar na área da piscina, entre outros. Na planta, as casas, que foram customizadas pelos proprietários, custavam entre R$ 1,5 milhão e R$ 4 milhões, conforme a metragem e localização. Já no momento em que ocorreu a entrega das chaves das primeiras unidades, algumas delas foram avaliadas em R$ 7 milhões. A próxima etapa do projeto prevê o lançamento do condomínio Vila dos Corais, composto por seis edifícios residenciais com um total de 132 apartamentos, cujas áreas variam entre 237 e 491 metros quadrados, todos com vista para o mar e para a Mata Atlântica, e preços a partir de R$ 1,48 milhão, podendo chegar a R$ 3,4 milhões.
O Reserva do Paiva pretende ser no futuro um complexo residencial, hoteleiro, de lazer e turismo, tendo projetado ainda um centro comercial e empresarial, além de uma escola. Os investidores almejam ainda que o empreendimento seja um diferencial de hospedagem para participantes da Copa de 2014. Recife é uma das cidades que sediará parte dos jogos. O empreendimento ainda mostra uma preocupação com ações de responsabilidade social. Possui um compromisso formal de sustentabilidade desenvolvido para seus moradores, visitantes, trabalhadores, comunidades da região e todos os parceiros envolvidos. Seu comprometimento com o luxo sustentável está também presente nos detalhes: energia solar e uso de madeira de reflorestamento e certificada. Estão previstos ainda área para captação e reutilização de água da chuva, coleta seletiva de lixo e estação de tratamento de esgoto. Uma recém-construída ponte com pedágio dá acesso a esse verdadeiro oásis, com assistência 24 horas e vigilância eletrônica. “Projetamos um destino residencial e turístico de alto luxo, com infraestrutura e serviços do mais elevado padrão mundial”, diz Ruy Rego, da Odebrecht. “Durante anos, o turismo foi a principal fonte de renda para o litoral nordestino e a atividade ainda é importante, mas agora podemos notar que o que mais alimenta a sua economia são os negócios: a instalação de novas empresas, o número relevante de executivos e os investimentos em locais como Cabo de Santo Agostinho”, diz Djean Cruz, diretor de incorporação da Odebrecht no Nordeste. Prova desse sucesso é que imobiliárias internacionais já estão de olho no potencial do mercado brasileiro. A britânica Sotheby’s International, renomada casa de leilão de peças raras e corretora focada em imóveis de alto luxo, possui nove unidades na América do Sul, sendo sete delas no Brasil. Duas de suas unidades estão em cidades nordestinas, como Recife e Natal. Também focando o consumidor classe AAA, a americana Christie’s Great Estates elegeu a In’s Brasil, com sede em Fortaleza, como sua filiada no Brasil para atender aos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará e também possui afiliados em outras regiões brasileiras, como a renomada Coelho da Fonseca, em São Paulo, entre outros. Todas as camadas da população estão tendo aumento na renda, o que possibilita um número maior de moradores da região comprar imóveis como esses. O Brasil está ganhando cada vez mais espaço no segmento de luxo, expandindo-se para diversas regiões do País. “O momento expansionista é irreversível. Como parte de um mundo globalizado, o consumo e as operações de luxo não estarão mais apenas em São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria e Conhecimento. De acordo com Peter Turtzo, vice-presidente internacional da Sotheby's International Realty, o Brasil é hoje a região com maior oportunidade do setor. |